quinta-feira, 19 de maio de 2011

Minha Terra

  

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam...
Não gorjeiam como lá

Pois é... foi lá mesmo que eu nasci
Foi lá mesmo em São Luís.
Terrinha boa, que sempre quis.
Ainda quero, mas estou tão longe...

Minha mãe também nasceu na mesma.
Terra que eu...

Meu pai... meu pai já veio de longe,
Da Terra do ora, pois... pois
Pra se apaixonar por uma maranhense
Que no Rio de Janeiro...
Espalhava toda sua doçura

Minha avó ficou arretada, com este casamento
O que? Minha filha professora,
Ainda por cima donzela,
Casar-se com um português,
Ainda por cima burro...

Mas burro... ele não era...
Era muito e esperto
Conquistou a filha, a sogra.
Só não entrou nesta dança...
Meu avô...
Que era desembargador, casado duas vezes.
Arretado, apaixonado, mas que já vivia no outro mundo.

Casamento bonito... Formoso...
É pena que eu não estivesse lá...
Depois com tanto amor, os rebentinhos.
Foram nascendo...
Meu irmão,
Meu irmão,
Minha irmã... e eu.
Oh Chent que vocês acabaram de conhecer.
Mas como tudo não são flores,
O espinho às vezes machuca
Machucou, machucou muito.
Pois meu pai, quando eu era pequenininha!
Resolveu ir embora também
Pra conhecer meu avô, do outro lado do mundo
Tanto choro, tanta lágrima
Eu não entendia por que?
Agarrava-me com a babá... com as bonecas...
Enfim... me agarrava, com a alegria, felicidade , encantamento
De ser uma criança...

 É por isso meus amigos
Que nesta foto bonita
Faltam duas pessoas queridas
Meu pai, que já lhes contei o destino
Meu irmão,
Que tinha vindo pro Rio,
Oh Chent... Muito chique, pra tratar das vistas.
Na casa da minha tia
  
Mas como todo dia, agradeço a Deus minha vida
Guardo no coração, na cabeça, impossível, era tão pequena.
A imagem deste homem da foto... deste português arretado
Bondoso e apaixonado, ao qual tenho orgulho ...dizer
Pai... te amo, mesmo sem te conhecer...

                                                                      Fátima Figueiredo
                                                                            Junho/2002 – curso de folclore- UERJ

        

Um comentário:

  1. eu não sabia que meu bisavó era um desembargador.
    QUe legal!!!
    Adorei o texto!
    bjs

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